quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Esmiuçando o verbo TRAIR

Traição - acto de trair.
Uma palavra que infelizmente ecôa desde os tempos primordiais, pois o ser humano faz uso do seu significado ao longo da sua história, e mantém bem viva a sua chama até aos dias de hoje.
Talvez seja a traição de Judas, a mais popularizada e comentada, mas ouve muitas mais, e talvez mais importantes ao longo dos séculos.

Existem várias formas de interpretar a traição, e será sempre muito subjectiva a sua interpretação, devido á complexidade do seu campo de acção.
De qualquer forma, e de uma maneira ou de outra, o traidor carrega sempre uma aura de covardia, pois se traiu, não teve coragem de enfrentar determinadas situações, inclusivé a própria pessoa ou grupo de pessoas que traiu.

E desde o filho que trai o pai, o irmão que trai o irmão, o marido que trai a esposa, o amigo que trai o amigo, o soldado que trai a pátria, e outras formas mais, será sempre cometida uma injustiça. Pois mesmo que aquele que trai, sinta de alguma forma que tem razão para tal, não será nunca um acto de justiça, mas sim do contrário.

A nivel espiritual, entende-se que o acto de trair, gera um cárma negativo envolvendo ambas as partes, e embora supondo que essa traição já fosse um cárma por si só, acumulado de outras encarnações, a traição não será nunca a forma mais indicada para o resgatar, pois o que vai criar são sentimentos negativos de tristeza, revolta, angustia e outros mais, na pessoa ou pessoas traidas, além do peso na consciência do traidor, que embora o deseje nunca o vai abandonar, assim como também, sentimentos de covardia, vergonha, medo, e injustiça. Portanto, mais cárma negativo acumulado na balança do traidor. Cárma esse, que será mais pesado consoante o tipo de gravidade da traição cometida.

No fundo, há que ter compaixão e pedir clemência ao Criador por estas pessoas ( embora não seja fácil, especialmente para quem foi traido e injustiçado), pois o traidor na verdade ao trair alguém, está-se a trair a si próprio. E não vai ficar nunca, impune ás leis divinas, especialmente áquela que rege a justiça.
Lisboa, 13 de Fevereiro de 2010 © Paulo Lourenço “Ramiro de Kali

Este texto foi publicado na Reuca, não sei se por encomenda ou se por própria iniciativa do autor, que por sinal como poeta é excelente. No entanto, tenham ou não encomendado o sermão, não posso deixar de ler as entrelinhas deste texto, a meu ver triste e despropositado.
Vamos então esmiuçar...comecemos pelo significado da palavra traição, que como muito bem diz é o acto de trair. Mas o que é afinal o acto de trair? Segundo o dicionário enciclopédico Koogan Larousse trair significa: enganar perfidamente, atraiçoar: trair um amigo; faltar ao cumprimento de: trair seus juramentos; revelar: trair um segredo; deformar, não traduzir com fidelidade: trair o pensamento de alguém; não ajudar, abandonar.
"Ramiro de Kali" fala do filho que trai o pai, então e o pai que trai o filho? o pai que atraiçoa, o pai que falta às suas obrigações para com os seus filhos, descurando o seu bem estar com um simples deixa andar deixando-os assim abandonados à sua sorte, o pai que trai a sua própria missão a que se propôs na terra, olhando apenas para os bens materiais, esquecendo-se que a sua missão é espiritual, e que de si, do seu exemplo, muitos são aqueles que dependem. Um pai que quando não consegue aquilo que quer, não interessa que meios usa para chegar aos seus fins, usa de actos muito pouco apropriados, em vez de uma vez na vida deixar de lhar para o seu umbigo e olhar ao seu redor e usar a inteligência para tentar compreender o que se passa com os seus filhos.
A este texto de "Ramiro de Kali", houve um comentário, cuja resposta é no minimo curiosa:

Minha querida irmã, e amiga, não tenho muitas palavras para responder ao teu comentário, só tenho que te agradecer pela tua sinceridade, e amizade. Quando tive o meu tempo de militar havia um lema na grande instituição aonde pertenci que dizia assim: " No mar e na terra, na paz e na guerra! ". E hoje tudo faz sentido, os verdadeiros amigos e irmão não quebram nunca a corrente existente, seja no tempo bom e nas coisas boas da vida, seja nas tempestades e dificuldades.

Pois sim, tudo faz sentido, mas ao contrário. Os amigos e os irmãos nunca quebram uma corrente, a não ser quando esses filhos se sentem abandonados, quando sentem que a espiritualidade está vários degraus abaixo do material, quando sentem que aquele chão não é digno para o trabalho de caridade e humildade que as suas entidades querem desenvolver.
Um filho nunca quebra uma corrente. A traição de um pai é pode enfraquecê-la.
E subscrevo, há que ter compaixão e pedir clemência ao Criador de pais que traem os filhos, e continuo a concordar, não é fácil para quem foi traido.

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